Fernando Collor preso: relembre a trajetória do ex-presidente
25/04/2025
(Foto: Reprodução) Nos anos 80, Collor foi prefeito de Maceió, deputado federal por Alagoas e também governador do estado. Em 1989, ele venceu Lula no 2° turno e foi eleito presidente do Brasil; seu governo foi marcado por casos de corrupção, e ele renunciou. Ex-presidente Fernando Collor de Mello
Jornal Nacional/ Reprodução
O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25) em Maceió (AL), após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2023, ele foi condenado por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ministro Alexandre de Moraes determinou o cumprimento da pena imediata de Collor nesta sexta (25) após rejeitar os recursos da defesa contra a condenação a 8 anos e 10 meses, em um desdobramento da Operação Lava Jato.
O caso envolve o ex-senador e outros dois réus: os empresários Luis Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos. O primeiro é apontado na denúncia como administrador de empresas de Collor; o segundo seria o operador particular do ex-parlamentar.
A propina seria para viabilizar irregularmente contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia para a construção de bases de distribuição de combustíveis.
A decisão de Moraes inclui a emissão do atestado de pena a cumprir pelo Juízo da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, após a comunicação do cumprimento do mandado de prisão.
Fernando Collor é preso em Alagoas após decisão de Moraes
A trajetória de Collor
Fernando Afonso Collor de Mello nasceu no Rio de Janeiro, em 1949, mas logo foi pra Alagoas -- onde construiu sua carreira na política.
Filho do ex-senador Arnon de Mello -- Collor teve uma rápida ascensão. Nos anos 80, foi prefeito de Maceió, deputado federal por Alagoas e também governador do estado.
Mas foi no finzinho da década que ele ganhou projeção nacional. Ao empreender uma campanha contra funcionários públicos que recebiam salários desproporcionais, Collor ficou conhecido como "caçador de marajás".
A fama ajudou a alçá-lo a candidato à Presidência da República, na primeira eleição direta depois do fim da ditadura militar. Em 1989, Collor venceu Lula no segundo turno e foi eleito presidente do Brasil.
O governo de Collor
O plano Collor
O governo ficou marcado pelo Plano Collor -- anunciado já no dia seguinte à posse. Entre outras medidas, a ministra da fazenda, Zélia Cardoso de Mello, determinou o confisco da maior parte do dinheiro da poupança dos brasileiros -- numa tentativa de conter a inflação. O plano fez a popularidade de Collor despencar já no início do mandato.
Casos de corrupção e renúncia
Outra marca do governo foram os casos de corrupção. Denúncias feitas pelo irmão do presidente, Pedro, envolveram o tesoureiro de Collor, Paulo Cesar Farias.
PC Farias tinha uma conta fantasma, que era usada para pagar despesas pessoais do presidente. Uma CPI foi instalada e Collor passou a sofrer pressão de parlamentares e da população. Foi aberto um processo de impeachment e, durante a sessão que poderia cassar o mandato dele, Collor decidiu renunciar.
O já ex-presidente deixou o Palácio do Planalto a pé, de mãos dadas com a ex-primeira dama, Rosane Collor, numa cena que entrou para a história do país.
O vice Itamar Franco assumiu a Presidência e Collor se afastou da política por alguns anos e foi morar nos Estados Unidos.
O retorno à cena política
O ex-presidente só voltou à cena política nos anos 2000. Primeiro, numa derrota na eleição para governador de Alagoas, em 2002. E como senador eleito, também por Alagoas, em 2006.
Collor foi senador por dois mandatos, ou seja, 16 anos. No período, se envolveu no escândalo que o levou agora à condenação pelo STF.
Collor só deixou o congresso no início deste ano. Em 2022, ele tentou novamente se eleger ao governo de Alagoas -- e novamente foi derrotado.