Munição usada na morte da policial Vaneza Lobão foi desviada do arsenal da PM do RJ
08/02/2024
(Foto: Reprodução) Corporação adquiriu munições de pistola e enviou para o Batalhão da Barra da Tijuca, onde os dois subtenentes presos serviram. Desde 2022, dupla ainda fez 47 pesquisas no sistema do governo para saber os passos da policial militar Vaneza Lobão. Cartuchos de pistola, de calibre ponto 40, foram encontradas pela perícia no local da morte da policial Vaneza Lobão
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A investigação da Delegacia de Homicídios e da 8ª Delegacia Policial Judiciária Militar, da Corregedoria da Polícia Militar, descobriu que os disparos de pistola que mataram a policial Vaneza Lobão, de 31 anos, em novembro de 2023, foram feitos com munição desviada da própria PM do Rio de Janeiro.
Vaneza foi morta em 24 de novembro de 2023 com cinco tiros de fuzil e de pistola. A policial chegou a ser perseguida pelo executor por 15 metros até ser morta quando já havia se rendido.
Cartuchos de pistola, de calibre ponto 40, recolhidos no local do crime levaram à descoberta de que as munições integravam o lote ADA58, da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), adquiridos pela Polícia Militar em 8 de setembro de 2009.
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Toda essa munição foi destinada ao 31º BPM, a unidade responsável pelo policiamento na Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio.
A investigação da Polícia Civil não tem dúvidas em apontar que esta munição foi desviada do 31º BPM entre os anos de 2009 até 2023.
Policial Vaneza Lobão foi morta em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio
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Os suspeitos da polícia são policiais que passaram pelo batalhão ou que ainda estão lotados lá.
O subtenente Wilson Sander é lotado no Serviço Reservado, a P-2, do 31º BPM. Já o subtenente Leonardo Vinicio Affonso passou pela unidade em 2011.
Os dois foram presos na quarta-feira (7) por mandados expedidos pela Justiça. A prisão temporária é de 30 dias.
Suspeitos pesquisaram 47 vezes a policial
A vigilância dos PMs sobre a policial Vaneza Lobão começou em abril de 2022. Entre pouco mais de um ano, até 22 de junho de 2023, os subtenentes Affonso e Wilson Sander pesquisaram sobre Vaneza por 47 vezes. Sempre em sites disponibilizados pelo governo para os agentes de segurança.
De acordo com as investigações, eles pareciam tentar descobrir o endereço residencial de Vaneza, apontada, em depoimentos, como sendo uma profissional muito discreta.
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Segundo a investigação, o subtenente Affonso inicia as pesquisas investigando sobre o carro que Vaneza possuía na época. Só que o veículo está registrado no endereço da casa dos pais da policial.
Por todo o ano de 2022, Affonso, segundo a polícia, pesquisa a policial Vaneza em banco de dados do governo em 35 ocasiões. Wilson Sander pesquisa outras 12 vezes a policial militar.
Mas, em 30 de outubro de 2023, quando as pesquisas passaram a ser isoladas, Vaneza adquire um Jeep. Em 10 de novembro, ela transfere o veículo para o seu nome e logo depois para o seu endereço, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. Catorze dias depois, a policial militar é assassinada.
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