Piscinão subterrâneo para resolver alagamentos na Princesa d'Oeste deve custar R$ 213 milhões; entenda obra
04/01/2024
(Foto: Reprodução) Obras devem iniciar no primeiro semestre deste ano. Valor também inclui 352 metros de galerias subterrâneas que vão levar a água da chuva da avenida até o reservatório. Avenida Princesa d'Oeste, em Campinas (SP), fica completamente alagada
Reprodução/EPTV
A primeira obra do Plano Antienchete da Prefeitura de Campinas será a construção de um mega piscinão para solucionar os frequentes alagamentos nas avenidas Princesa d'Oeste e Norte Sul. O custo total estimado da obra no edital é de R$ 213.344.675,75. Entenda abaixo o custo individual de cada item.
O edital da obra foi publicado no dia 28 de dezembro de 2023 e a Prefeitura vai receber as propostas até o dia 30 de janeiro deste ano, quando está prevista a disputa de preços. A previsão é que as obras comecem ainda no primeiro semestre de 2024.
O piscinão será construído no subterrâneo da antiga Praça de Esportes do Paranapanema e terá capacidade de armazenar 56,8 milhões de litros de água. A previsão é que as obras durem dois anos a partir da ordem de serviço, ou seja, sejam concluídas em 2026.
Túneis vão levar a água até o piscinão
A ligação da Avenida Princesa d'Oeste, no Jardim Proença, até o piscinão será feito por 352 metros de galerias de águas subterrâneas com 3,5 metros de diâmetro. Veja no mapa abaixo o trajeto do túnel (azul) até o reservatório (vermelho).
Galerias subterrâneas (em azul) vão levar a água da chuva da avenida Princesa d'Oeste até o piscinão (círculo vermelho)
Reprodução/Google Street View
Custo previsto de cada item:
O projeto inicial está orçado em R$ 213 milhões, mas no processo licitatório vence a empresa ou o consórcio que der o maior percentual de desconto, ou seja, o menor valor total. Os itens da obra estão descritos na planilha orçamentária da seguinte forma:
Piscinão
Contenção vertical (muretas e paredes): R$ 78,57 milhões
Estruturas (vigas, fundações e materiais): R$ 41,84 milhões
Escavação: R$ 34,15 milhões
Sistema de bombeamento: R$ 10,76 milhões
Equipamentos elétricos: R$ 3,6 milhões
Esgotamento: R$ 1,59 milhão
Serviços de campo: R$ 1,17 milhão
Construção da casa de comando: R$ 465 mil
Instrumentação: R$ 433 mil
Serviços preliminares (limpeza, demolição): R$ 307 mil
Pavimentação (asfalto, calçada): R$ 208 mil
Ponto de monitoramento ambiental da água: R$ 26 mil
TOTAL: R$ 173.1 milhões
Galerias de água
Túnel: 15,5 milhões
Estruturas de concreto: R$ 1,69 milhão
Escavação: R$ 359 mil
Materiais e revestimentos: R$ 162 mil
Serviços de campo: R$ 20 mil
Serviços preliminares (demolições, limpeza): R$ 9 mil
TOTAL: R$ 17.7 milhões
Outros
Administração da obra: R$ 9,6 milhões
Projetos executivos: R$ 6,9 milhões
Acompanhamento técnico das obras: R$ 5,2 milhões
Canteiro de obras: R$ 550 mil
Projeto antienchente
Anunciado desde 2022, o plano antienchente de Campinas (SP) prevê galerias com o uso de "tatuzões" e piscinões para solucionar os alagamentos nas avenidas Princesa D'Oeste e Orosimbo Maia. O projeto deve sair do papel no início de 2024, garantiu o secretário de Infraestrutura, Carlos José Barreiro.
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📅 Ao g1 à época, Barreiro afirmou que o primeiro pacote de obras deve ter o edital de licitação lançado ainda neste ano, e o início das trabalhos já no primeiro semestre de 2024. A conclusão dessas estruturas, no entanto, deve ficar para 2026.
O edital chegou a ser prometido para o primeiro quadrimestre do ano, mas a prefeitura descumpriu o prazo ao alegar que ainda estava em busca de recursos.
'Tatuzão'
Segundo o secretário, a primeira fase dos trabalhos deve durar entre 18 a 24 meses. Um "tatuzão", máquina utilizada para perfurar túneis de metrô, deve ser usado na construção de grandes galerias subterrâneas de água.
De acordo com a prefeitura, esses dutos vão levar a água do Ribeirão das Anhumas e do Córrego Serafim para os três grandes piscinões previstos nessa etapa da obra.
O plano prevê a construção de dois piscinões na região da Princesa D'Oeste recebendo água da bacia do Anhumas, um deles construído no terreno da Praça de Esportes do Paranapanema.
E o terceiro piscinão ficará perto do terminal mercado, para segurar o impacto do Córrego Serafim na Orosimbo Maia.
"Esses três piscinões, que são aproximadamente 60% do total do investimento, devem resolver cerca de 95% das ocorrências de enchente. O que significa isso? Que de cada cem chuvas que provocavam enchentes, 95 não vão provocar enchente alguma. E é claro que essas outras cinco, se tiver algum tipo de enchente, vai ser de muito menor impacto. Porque grande parte da água vai estar retida nestes piscinões", explicou o secretário de Infraestrutura.
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